terça-feira, 10 de abril de 2012

E estavam no ponto


 Ele tinha acabado de sentar no banco do ponto de ônibus quando ela chegou e sentou ao seu lado. Depois de quase uma hora e meia, todos os ônibus possíveis já haviam partido. E os dois continuavam ali, olhando a rua, os carros, os pés, e qualquer coisa que se movesse. Interrompendo o silêncio ele perguntou.
- Moça... perdão pela curiosidade mas... espera por alguém?
- Não. E você?
- Também não... Então o que te traz aqui?
- Rompimento afetivo.
- Outros chamam de desilusão amorosa.
- Pois é. Foi o que aconteceu com você?
- Algo assim, moça. Não me adaptei... Continuei fazendo o que eu fazia. Não soube lidar nem com ela nem comigo mesmo. Com você foi igual?
- O inverso. Acho que me adaptei até demais, e acabou deixando de ser certo. Era tempo de deixar pra trás. - E dizendo isso levantou-se com um sorriso meio amarelo.
 - Onde vai? - Perguntou como quem estava prestes à perder uma bússola.
- Vou pra frente. Muita coisa ainda me espera. Não conseguirei mais nada novo parada aqui.  - Sorriu - Até mais, senhor.

Alessandra Carvalho

3 comentários:

Cleiton disse...

Em frente sempre ;)

Neuza Reis Viana disse...

Seguir em frente sem nunca esquecer quem você é. ~gosti~

@lekavc disse...

É necessário. e MUITO ^^ Obrigada gatinhos ^^