Embarques e Desembarques

Quando estamos pra viajar através de um meio de transporte coletivo (ônibus ou avião por exemplo), uma coisa chama muito a atenção: o embarque e o desembarque de pessoas.

Algo assim tão comum e natural num ambiente de rodoviária ou aeroporto, esconde sentimentos incríveis. Em meio à tatas diferenças, seja de personalidades, gêneros, histórias de vida ou destinos, algumas particularidades são comuns à muitos.

Em primeiro lugar, podemos pensar na ida.
Quem não guarda alguma expectativa? Não diria a sensação de "frio na barriga", mas você está à espera de algo. Seja uma aventura num espaço nunca desbravado por você anteriormente, ou talvez um reencontro... Alguns esperam que os projetos que os levou à outro lugar, deem certo.

Acho muito bonitas as despedidas. Ah... Elas sempre estarão presentes. Ao deixar o espaço físico, deixamos também famílias, amigos, pertences, ou uma parte de nós que um dia voltaremos pra buscar, ou não. A saudade ainda não está presente de fato, mas ver os seus te deixando ir com um olhar esperançoso e ansioso para sua volta dá um apertinho no coração... E salve os corajosos! Que vão com as próprias pernas, sem companhia, seja lá por qual motivo. Realmente, você parte para o imprevisível agora. Quem saberá o que pode acontecer?

Viagem feita, hora de voltar. Desacompanhado, ou em grupo, é hora de ir pra casa, o lugar onde provavelmente você deixou seu coração. Já reparou que é sempre mais difícil fechar a mala na volta? Mas a bagagem não é praticamente a mesma em alguns casos? Pode até ser a mesma, mas as lembranças, o aprendizado, o conhecimento adquirido, a experiência, a viagem em si, está na bagagem.

Agora sim, se há saudade, vem do peito que sente falta de casa. Quantas coisas e/ou pessoas te esperam no destino final! E vão estar iguais ou muito parecidas à quando você os deixou lá, mas acontece que você não é mais o mesmo (a). o espelho talvez, mas concordo com o que minha mãe dizia: "se um dia você viaja, você nunca mais será igual. Sua visão de mundo, pessoa, seu senso crítico, sua cultura, tudo muda". Você cresce, se enriquece. Mas o que vai fazer com isso? Sabe lá Deus! Antes de se preocupar com isso, uma coisa é mais importante: você está voltando pra casa.

Alessandra Carvalho